Museu da Hipocrisia

O que eu faria se tivesse recebido uma grana preta pra reformar um museu, o prazo de entrega estivesse se esgotando, e nem uma mão de tinta passado? Botaria fogo! É uma boa solução. Assim eu poderia ficar com todo o dinheiro, dizendo que já tinha gasto na reforma. Eu diria: - Estava tão bonito, pena que pegou fogo antes de vocês verem.

Foi isso que aconteceu? Talvez sim, talvez não. Vai acontecer de novo? É provável.

A história do Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga” é recheada de hipocrisia, e muito mais vem pela frente.

Realmente o fogo no prédio histórico foi um fato muito triste, o fim de uma história. Mas não podemos ficar travado na hipocrisia desses políticos que comandam a cidade. Algum idiota, esse é o termo, decidiu que o prédio deve ser recuperado. Mas que prédio? Não sobrou um prédio. Sobrou quatro paredes queimadas, prontas para cair a qualquer momento. O correto, o óbvio, seria derrubar o que restou e fazer outro prédio. Com certeza fica mais barato do que “recuperar” o antigo. E nessa lenga-lenga já se passaram mais de 1 ano e nem o entulho do incêndio foi retirado. Com certeza esse “elefante branco” será uma herança que nosso descabelado prefeito vai deixar para a próxima administração (que se Deus quiser não vai ser ele de novo).

Enquanto isso o povo agüenta calado, finge que não sabe o que se passa, desvia da eternamente bloqueada rua 7 e segue sua vida.

Porque a rua 7 está bloqueada até hoje?

Se a rua está bloqueada por risco de desabamento, porque a avenida 2 não está? O museu só pode cair na rua? Montaram um emaranhado de andaimes para segurar as paredes, colocaram enormes tubulações de concreto no meio da rua, para evitar que os carros passem. Depois colocaram mais tubulações para que as motos também não passassem. Mas os pedestres podem passar a vontade. Ou seja, estão preservando a integridade dos veículos e não das pessoas. Se morrer uma pessoa tudo, desde que não amasse nenhum carro. É mais hipocrisia.

Quer mais hipocrisia? Durante o carnaval a rua 7 foi liberada, pois eles precisavam usar as tubulações para bloquear a avenida Rio Claro. Acho que eles combinaram com as paredes que elas não iam cair durante o carnaval.

Acabada a festa, liberaram a Av. Rio Claro e as tubulações voltaram pra rua 7. Aí eles devem ter dito para as paredes do museu: - Podem cair de novo. Mas só na rua 7, na avenida 2 não hein....

Acho que também vou conversar com as paredes do museu. Vou pedir a elas para caírem na cabeça do prefeito cachaceiro e da vice peso morto. Se não for pedir demais, acerta uns vereadores também.