Padre Fogueteiro

Alguém já acordou 7 horas da manhã com uma bateria de rojões na orelha? Se já, sabe o tamanho do susto, o tamanho do desconforto e da revolta que dá. E o motivo dos fogos? Futebol? Algum moleque mal criado? Não, é o Padre Fogueteiro acordando seus fiéis.

Antes de mais nada, quero deixar claro que meu texto não é sobre a igreja católica, e sim sobre um padre arrogante que a representa e que pensa estar acima das leis, acima do bem e do mal.

Estou falando do padre Otto Dana, ou Padre Fogueteiro, responsável pela Igreja de Sant’ana. O padre que resolveu “inovar” sua igreja ofendendo os direitos dos cidadãos que moram no bairro Santana.

Até onde eu sei as leis se aplicam a todos, inclusive a padres e igrejas. (Tentei acessar a lei municipal sobre ruídos, mas quem disse que a página da prefeitura funciona?)

Não consultei a lei ainda, mas não acho possível que alguém tenha o direito de soltar uma bateria de 5 minutos de rojões às 7 horas da manha!

Não dá pra definir o tamanho da minha revolta, que deve ser a mesma de muitos moradores da região.

Não é a primeira vez que isso acontece. No inicio de junho desse ano foi a mesma coisa, uma bateria interminável de rojões as 7 da manhã. No feriado de Corpus Christi, o padre fez uma procissão, bem mixuruca (devia ter umas 20 pessoas) onde ia uma pessoa soltando rojão na frente. Mais ou menos um rojão a cada 1 ou 2 minutos. Nem sei o que é pior, uma bateria infernal de um vez ou um rojão a cada minuto durante meia hora.

Aliás, só por curiosidade, eu não entendo muito das tradições católicas, mas eu sempre imaginei que numa procissão de Corpus Christi, o que era carregado no altar era uma imagem de Cristo. Nessa procissão do Padre Fogueteiro quem ia carregado no altar era ele mesmo. Uma cena até engraçada, ele se achando o próprio Papa. Ou o próprio Cristo. Sei lá. É muito ego pra pouco padre.

No vídeo abaixo está a bateria de fogos as 7 da manha desse sábado (23/07). Só consegui filmar os minutos finais da bateria, afinal eu estava dormindo como a maioria das pessoas fazem as 7 horas, deu tempo de levantar da cama, ir até a sala, pegar a câmera e filmar. Peço desculpas pelos palavrões no vídeo, mas é compreensível que alguém que acorde com rojões do lado de sua janela não esteja de bom humor.

Quem é o Padre Fogueteiro?

Para saber quem era o responsável pelo foguetório fui ao bom e velho Google. Li alguns textos que ele escreveu e outros sobre ele. Descobri um padre político, que já foi convidado a se retirar de sua antiga paróquia em Piracicaba por estar “envenenando a alma de diversas pessoas com sua ideologeca politizada”. (Leia isso aqui http://igrejauna.blogspot.com/2008/01/padre-brasileiro-ameaa-o-papa.html )

O Padre Fogueteiro, também segundo o blog, foi autor de uma carta ameaçando o Papa Bento XVI.

O Padre Fogueteiro também se mostra muito preconceituoso em seus textos apocalípticos. Veja algumas frases dele que pincei na internet:

“Brasileiros e brasileiras! O capeta está solto! Empunhemos nossos terços e Bíblias e até Alcorões, se os houver! Herodes brande a espada afiada contra as criancinhas do Brasil! Ergamos a fogueira! Queimemos os hereges! O aborto e os gays estão espreitando pela janela!”

(Porque os gays estariam a espreita na minha janela? São criminosos?)

“Aborto, gueisismo, pílula, camisinha não é prioridade do momento”

(Aqui ele inventou um novo termo para homossexualismo: gueisismo!)

“De repente a serenidade é detonada por uma horda de aiatolás, talibãs, mulás, numa gritaria ensurdecedora contra os que ameaçam o poder do Altíssimo.”

(Respeito a outras religiões não é o forte dele)

“O dia em que o povo tiver que consultar um aiatolá de plantão tipo Pastor Silas Malafaia, ou um Padre José Augusto (Canção Nova) para votar, é melhor rasgar o título de eleitor e o estatuto da maioridade civil.”

(Mas consultar o Padre Fogueteiro pode)

Na verdade também, pouco me importa a opinião desse louco desvairado, desse arrogante que fala em nome de uma igreja mas não se porta segundo seus valores. O que ele quiser falar para seus fiéis é problema dele. Mas a partir do momento que ele me acorda com bombas, aí já é problema meu.

Em busca de uma solução.

Não vou ficar apenas nas palavras. Vou agir. Para isso eu gostaria da ajuda dos leitores do blog.

Se alguém da prefeitura, guarda civil, policia militar, ministério público, da OAB ou qualquer outra pessoa que saiba como funcionam as leis de silêncio em Rio Claro, que saibam qual é o procedimento para denunciar e/ou processar alguém por esse absurdo, por favor me ajudem. Me digam se tenho chance de parar com foguetório. Com quem eu falo? Onde vou? Não me interessa qualquer tipo de punição ao padre, me interessa que isso acabe de uma vez por todas. Que ele seja esclarecido sobre a infração e não repita mais isso. Afinal, ninguém merece!