Rio Claro: Pólo Turístico!

Que Rio Claro não tem nada para se fazer, todo mundo já sabe. Mas para não restar dúvida, a prefeitura está gastando mais de 160 mil reais em um Centro de Informações Turísticas onde bastaria uma placa com os dizeres “AQUI NÃO TEM NADA PARA FAZER. SIGA ATÉ A PRÓXIMA CIDADE.”

Eu já estou contando as horas para a inauguração! Quero ser o primeiro a utilizar o Centro de Informações Turísticas de Rio Claro!!! Vou finalmente obter uma resposta oficial para a minha pergunta: O que tem (de bom) para se fazer nessa cidade? Não vale responder “dormir”! Isso eu já sei e pratico bastante.

As únicas perguntas que o (a) atendente vai responder, vai ser mais ou menos assim: Que horas são? Tem fogo? Me dá um trocado? Você viu o Biro Biro? E por aí vai...

Mas agora vou usar um pouco a imaginação. Vamos imaginar uma situação. Um turista que chega à cidade e vai ao Centro de Informações Turísticas. A conversa seria mais ou menos assim:

(Em negrito são as falas do turista, as outras seriam da atendente)

- Bom dia.

- Bom dia.

- Eu vi a Adriane Galisteu, no Miss São Paulo, falando que Rio Claro oferece boas opções de turismo e laser, voltados para ecologia, história e cultura. Eu acabei de chegar e queria saber o que tem pra fazer de bom aqui.

- Bom, tem várias coisas. Que tipo de passeio o senhor gostaria de estar fazendo?

-  Alguma coisa para passar o dia, e que gaste pouco, afinal, se eu tivesse dinheiro sobrando não teria vindo fazer turismo aqui, né.

- O senhor pode estar conhecendo nosso famoso Lago Azul.

- Legal. Nesse calorão seria ótimo dar um mergulho!

- Bom senhor, lá não pode estar nadando não, é proibido.

- Humm. Então vou até lá pescar.

- Bom senhor, lá também não pode pescar. Na verdade não sei dizer nem se tem peixe lá. Mas o senhor pode andar de pedalinho!

- Humm. Não me parece muito legal. Tem outra opção? Um museu, um teatro ou algo assim?

- Claro senhor. Temos várias opções.

- Oba!

- O senhor pode estar conhecendo o Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”. Ele pegou fogo há mais de um ano. Mas pode ir lá conhecer as ruínas dele. Estão super conservadas, desde que queimou ninguém mexeu em nada, está do jeitinho que ficou. Uma beleza!

- Museu Queimado!? Acho que não.

- Então o senhor pode ir ao Museu do Eucalipto.

- Legal. Qual o horário de funcionamento?

- Bem. Lá funciona de vez em nunca. As vezes sim e as vezes não. Se o senhor der muito sorte pode pegar ele aberto. Bom, pelo menos diz a lenda que ele abre.

- Pelo jeito eu não to com muita sorte hoje. Prefiro não arriscar. Que mais que tem?

- O senhor gosta de automobilismo e aviação? Uma opção bem concorrida na cidade é ficar parado em frente ao aeroclube vendo os carros passarem e os aviões decolarem.

- Humm. Isso não tem muita graça. Quero algo mais completo. Com contato com a natureza etc.

- Então temos a Floresta Estadual Navarro de Andrade. Lá o senhor vai poder passar um dia bem legal. Tem lago, árvores, uma igrejinha e de vez em quando tem até banda tocando.

- Legal. Posso passar o dia lá. Só relaxando, tomando uma cervejinha e comendo uma porçãozinha.

- Então é melhor o senhor levar isso tudo. Porque lá não tem restaurante.

- Não tem?! Mas pelo menos uma lanchonete, um quiosque ou um barzinho tem neh?

- Não senhor. Infelizmente não tem nada disso lá não. Mas as vezes tem alguém fazendo um piquenique.

- Bom. Eu levo um lanche então. Como eu faço pra chegar lá?

- O senhor está de carro?

- Não.

- Hummm. Então pra chegar lá o senhor tem que pegar um ônibus até o shopping e de lá o senhor vai ter que ir a pé.

- A pé!? É muito longe?

- Quase nada. O senhor consegue.

- Sei não hein. Lá tem turismo de aventura?

- Como assim aventura?

- Rapel, escalada, tirolesa, arborismo, rafting e etc...

- Não tem não senhor.

- Tem algum lugar nessa cidade onde eu encontro um turismo de aventura? Eu quero um pouco de emoção... adrenalina...

- Tem sim senhor. O senhor pode pegar uma bicicleta e tentar passar pela ciclofaixa da rua 1. Adrenalina pura!

- (silêncio)

- Senhor, posso ajudar em mais alguma coisa?

- Pode sim. Como eu vou embora dessa cidade?

Coitada da atendente! Coitado do turista! Coitado do cidadão rioclarense que está pagando isso tudo!

Senhores políticos! Primeiro vem o turismo, depois o Centro de Informações Turísticas!